Vivam eternamente!
A tarde revelava-se fria
Fria, pelo desdém e insensibilidade dos carrascos
De um lado, risos e gargalhadas
Do outro, inconformidade, angústia e tristezas
A justiça deve ser feita... porém...
Os juízes, cegados pela injustiça
São, também, máquinas de torturas
O motivo do riso é o sangue que jorra...
O grito de dor... o flagelo... a punição
Do outro lado está o amor, agora, impotente
Também o Juiz verdadeiro, o homem-cordeiro, calado
Há algumas testemunhas, mas é minoria
Nada pode ser feito... ou, tudo será feito...
A platéia era viciada em terror
Embriagada pelo cálice da insanidade
Pedia mais severidade
O réu puro e inocente, orava...
Os bárbaros pediam uma prova
O sacrifício ofertava o céu
Os monstros enjaulados foram soltos
Famintos... anestesiados...
Sedentos... entorpecidos...
Doentes... frenéticos
Ninguém acredita na verdade
Onde está a justiça?
Porque tanto ódio?
Liberdade... soa como ar puro
Amor... tem cheiro de Deus
Alegria é como o respirar
A paz é como o oxigênio
Posta a cruz,, o ápice do castigo
O último suspiro e uma forte lembrança...
-Toda humanidade é minha, diz o acusador
-Foi eu quem criei, reclama o criador
-Eles te odeiam, retruca o iníquo
-Eu os amo, responde o benfeitor...
“Os pregos nas mãos, torna o doloroso em ânsia”
As mão do inimigo são erguidas para o golpe fatal
-Morram todos os seres humanos!
As mãos de Deus são estendidas de uma extremidade à outra
E, na pantomima diz: Vivam eternamente !!!